O retrato de Mona Lisa, cheio de mistério e de segredos, foi pintado em madeira, na medida de 77 x 53 cm. É o mais famoso trabalho de Leonardo da Vinci.
Originalmente, a pintura era maior do que aquilo que se conhece hoje, pois tinha duas colunas, à direita e à esquerda, que foram cortadas. Por essa razão, não é fácil perceber que Mona Lisa está sentada em um terraço.
Além disso, muitos dos detalhes do quadro não são visíveis hoje, por terem sido danificados por outra camada de pintura colocada sobre eles.
Todavia, as características essenciais da obra ainda permanecem. Elas consistem em um detalhado fundo que desaparece na atmosfera enevoada, numa técnica hoje conhecida como «sfumato». Também se acha perfeito o retrato propriamente dito e, é claro, o hipnótico sorriso da Monalisa.
Hoje se tem como certo que a encomenda foi feita por Francesco di Bartolommeo di Zanobi del Giocondo, um dos mais nobres cidadãos de Florença, para retratar sua terceira mulher, Lisa di Antonio Maria di Noldo Gherardini (La Gioconda).
Leonardo começou a pintura em 1503, quando Mona Lisa tinha apenas 24 anos. Ele viria a trabalhar nela pelos próximos quatro anos, mas ao final recusou-se entregar a obra ao comprador.
Com efeito, ao deixar Florença, em 1508, preferiu manter a posse, levando-a consigo. Alguns acreditam que não a entregou por estar inacabada, versão pouco verossímil, pois era comum Leonardo interromper suas obras antes do término, dando-as como finalizadas.
Outros crêem, com mais lógica, que Leonardo amava tanto a pintura que não desejava separar-se dela.
Assim é que, oito anos mais tarde, mudando-se para a França, Da Vinci lá chegou com o quadro em sua bagagem e só então, em 1516, decidiu vender a pintura ao rei Francisco I, que colocou-a em seu castelo em Amboise, às margens do rio Loire.
Monalisa enfrentaria ainda uma longa peregrinação. Num outro momento, o quadro seria levado a Fontainbleau, Paris, Versailles e passaria para a coleção de Lodwig XIV.
A Revolução Francesa viria, outra vez, influir em seu destino, quando a obra seguiu para Louvre, onde Napoleão se apossou dela e mandou pendurá-la em seu quarto. Quando Napoleão foi banido da França, Mona Lisa retornou ao grande Louvre de Paris.
Em 21 de agosto de 1911, Mona Lisa foi levada do museu por um ladrão italiano que carregou a obra para sua terra, sendo descoberta mais tarde em sua origem, a cidade de Florença, que não perdeu a chance de retê-la por mais algum tempo colocando-a em exposição. Satisfeita a curiosidade geral, Mona Lisa foi devolvida aos seus legítimos donos, em Paris.
Em 1956, um louco jogou ácido sobre a pintura, causando-lhe danos na parte inferior, exigindo um cuidadoso trabalho de restauro que se desenrolou por vários anos.
Nas décadas de 60 e 70, Mona Lisa viajou pelo mundo, exibindo-se em Nova York, Tóquio e Moscou. Depois, voltou à sua residência no Louvre, onde até hoje se encontra, atrás de um vidro à prova de balas. Para garantir a permanência, para todo o sempre, no Museu, foi assinado um termo de responsabilidade no qual é proibida sua venda ou empréstimo, seja a que título for. Quem quiser vê-la, em todo seu esplendor, só terá uma forma de fazê-lo: viajar a París e visitar o Louvre.
A jovem e enigmática Gioconda, depois de tantas aventuras e tropeços, encontrou, afinal, sua última e definitiva morada.